Não consegui dormir direito e isso estava me dando raiva, não queria aparecer cheia de orelhas na escola.
Ainda não havia caído a ficha que aquilo podia estar acontecendo comigo, eu, indo ao baile do colégio com o garoto mais gato, logo eu, uma menina que sempre fui considerada estranha e desajeitada.
Por fim consegui dormir.
O dia estava ensolarado, como quase todos os dias aqui, a ansiedade logo que acordei veio a tona, demorou para mim perceber que ontem tudo foi real.
Vesti uma blusinha básica e calça jeans, sim, um dos meus defeitos é o orgulho, não queria passar a Nick que estava perdidamente apaixonada por ele e que estava desesperada para ele me levar ao baile. Tem também o fato que ainda estava com o plano em minha cabeça, quanto menos aproximidade melhor e mais fácil esquece-lo, mas agora com essa idéia do baile logo vi que o plano estava fracassando.
Logo que desci as escadas, feliz e saltitante, minha mãe percebeu a minha empolgação:
- Nossa, que alegria é essa em plena segunda feira?
- Não é nada demais mãe! – Abri um sorriso.
Tomei um copo de leite e peguei a minha bolsa em cima do sofá, estava ansiosa demais para comer.
No meio do caminho comecei a me sentir uma idiota, era patético aquela empolgação toda, sempre comentava com Laura sobre as meninas que fazem isso, e veja só, hoje estou no lugar delas. Ao mesmo tempo em que eu estava nessa explosão de alegria e ansiedade toda, por dentro ainda estava com medo, era muito raro acontecer essas coisas comigo, nunca vivi uma história de amor ou algo parecido, ok, não vou dizer que com 16 anos ainda sou bv, já beijei alguns meninos em algumas ocasiões, mas todos foram casos de um dia só.
O fato que mais me impressionava era que o garoto mais lindo da escola estava me dando trela, bom, assim eu achava.
Chegando na escola, eu ainda não tinha visto Nick e nem o seu carro, ele havia me dito que iria vir, tinha que me tranqüilizar.
Infelizmente o meu armário era o ultimo do corredor, graças a isso, eu tinha que andar uma longa fileira de armários até chegar no meu.
Meu armário estava um porre para abrir, achei estranho, logo que cheguei aqui o meu armário estava intacto e novinho em folha, porque estava duro de abrir deste jeito? Nem liguei para quem estava perto de mim ou se alguma inspetora me visse quebrando um bem da escola dei um murro no meu armário e ele abriu derrubando centenas de folhas amassadas de caderno no chão.
- Katy! – De cara pensei.
Eu já sabia que ela iria querer se vingar era típico de garotas como ela, ‘’o centro do universo sou eu, hello!’’.
Não vou falar aqui o palavrão que soltei, a minha alegria foi instantânea, aquela garota tinha acabado com ela.
Já nervosa sinto um cutucão nas minhas costas. Virei-me para dar o primeiro golpe e ainda bem que eu pensei antes, era a diretora esboçando um lindo e singelo sorriso para mim, que gritavam ‘’Você vai se ferrar!’’.
Fui conduzida para a diretoria, com a diretora nos meus calcanhares, de relance, vi Katy e suas seguidoras chorando de rir. Ela iria me pagar, ela não me conhecia.
Tomei uma advertência e ouvi uma longa conversa de que a escola tinha um nome a ser preservado e regras que tinha que ser rigorosamente compridas e blá blá blá.
Para minha sorte, a diretora disse que não iria ligar para os meus pais, expliquei a história toda e ela disse que iria investigar quem tinha feito aquilo, porém não justificava os meus golpes de karate no meu armário.
Sai daquela diretoria com os ouvidos doendo e uma advertência amassada no bolso.
Droga havia até me esquecido, logo vejo a figura linda e musculosa de um garoto sentado no banco da direção.
- Já se metendo em problemas?
Era Nick, me lançando um sarcástico sorriso.
- É, meus inimigos já aprontaram pra mim. – Sorri timidamente.
No meio do caminho expliquei a história toda.
- Típico da Katy.
Uma coisa que já sabia e ele comprovou, mas no meio dessa conversa toda, não pude deixar de perguntar.
- Peraí. - Parei-o de repente – Como sabia que eu estava na diretoria?
Ele lançou aquele sorriso de novo.
- Toda a escola viu você esmurrando o seu armário – E caiu no riso.
- Você também? – Corei na hora, imaginando ele olhando aquela cena constrangedora das minhas tentativas de abrir aquela droga de armário.
- Não, mas as fofocas eram bem intensas.
- Ah que legal, agora virei fofoca na boca de todos.
Ele botou as mãos sobre os meus ombros.
- Relaxa! – Soltando aquela risada que nos meus ouvidos eram a melhor sinfonia que já ouvi.
O seu toque fez o meu coração disparar, o seu perfume ficou grudado na minha blusa.
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